Dê o que quer para Si!
Por Ivo Dias de Sousa, professor universitário e autor do livro “Um Coelho Cheio de Sorte”. Para sugestões e comentários: ivosousa@yahoo.com ou http://twitter.com/ivosousa2
Cara Amiga
O que quer na vida? Acho que é uma boa pergunta. Se tiver tempo, pare um momento e pense no que quer na vida. Melhor ainda, se possível, pegue num papel e numa caneta. Escreva no papel o que quer na vida.
Já acabou? Vamos seguir em frente.
Na sua lista, talvez existam coisas diferentes da maioria das pessoas. Se for o caso, não existe qualquer problema à partida. No entanto, é provável que muito do que quer ser é comum à maioria das pessoas. Por exemplo, dinheiro, simpatia, respeito e uma boa vida social.
No caso do dinheiro, se o der, fica com menos para si. Se tem 1000 euros e dá 100, fica com 900. Talvez existam boas razões para dar parte do que tem. No entanto, pelo menos a curto prazo, fica com menos para si.
A situação é, provavelmente, diferente para a maioria, em relação ao que quer na sua vida. Por exemplo, se der simpatia e respeito a outras pessoas não perde nada, à partida, do que tem. É, mais ou menos, como ter 1000 euros e dar 100, mas continuando a ter 1000 euros.
Simpatia e respeito são algumas das coisas que podemos dar sem perder nada. Mesmo que não tivéssemos algo a ganhar (e temos), são coisas que, em minha opinião, devíamos transformar num hábito de dar. No entanto, por vezes, é mais fácil dizer do que fazer. Pessoalmente, recentemente, perdi um pouco a compostura com a dona de um bar. Acho que fui mal atendido, mas não existia necessidade para a minha falta de simpatia. A dona podia estar a ter um mau dia, por qualquer razão que não sei.
Dar coisas como simpatia e respeito pode ser uma recompensa em si mesmo – fazermo-nos sentir bem. Todavia, dá-las tende a que as possamos receber de volta.
Porque é que temos algo a ganhar quando damos coisas como simpatia e respeito? Pessoalmente, acho que mesmo que não tivéssemos nada a ganhar, deveríamos oferecer simpatia e respeito. Não perderíamos nada e as pessoas à nossa volta estariam melhor.
Porém, existem razões práticas para isso. Nós, humanos, estamos, conscientemente e inconscientemente, a ser recíprocos nos nossos comportamentos. Por exemplo, quando sorriem para nós, nós tendemos a sorrir de volta – é algo que fazemos mesmo sem pensar conscientemente. É algo que está dentro de nós por muito que os eventuais costumes de uma sociedade possam ser contra.
Sugiro que faça uma experiência por alguns dias, tendo o cuidado de não ser socialmente perturbadora: dê o que quer para si. Por exemplo, faça um esforço para sorrir (sem exageros J) para as pessoas que encontra. Se gostar dos resultados, continue a sorrir. Se não gostar, abandone a experiência. São os resultados que contam.
A propósito de sorrir tenho outra sugestão. Procure sorrir mesmo que não esteja ao pé de outras pessoas. Porquê? Nós sorrimos porque estamos felizes ou contentes com algo. No entanto, também ficamos mais contentes se sorrirmos. Se sorrir por sistema (sobretudo quando as outras pessoas não estão a ver), tenderá a ser mais feliz. Mais uma vez digo-lhe que experimente por alguns dias. Se gostar dos resultados, mantenha a experiência.
Ajude os outros, mas comece por si!