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Consultório de Astrologia

Corra Alguns Riscos

Por Ivo Dias de Sousa, professor universitário e autor do livro “Um Coelho Cheio de Sorte”. Para sugestões e comentários:
ivosousa@yahoo.com ou http://twitter.com/ivosousa2

 

 

Cara Amiga,

 

 

Os riscos fazem parte da nossa vida. A vida está cheia de riscos grandes e pequenos. De certa forma, não é possível escapar inteiramente a eles. Mesmo que nos tranquemos em casa, ela pode ser atingida por um terramoto ou outra catástrofe qualquer.

 

De certa forma, talvez o maior risco seja não tomar riscos e deixar a vida passar. Os riscos podem ser grandes ou pequenos. Escolher um novo restaurante é um pequeno risco (pode, por exemplo, não gostar da comida). Por sua vez, ter um filho ou escolher um novo emprego parecem-me entrar já na categoria de grandes riscos.

 

Não sou eu que lhe vou dizer quais os riscos grandes ou pequenos que deve tomar. Cada um é como cada qual. Um determinado risco pode fazer sentido para uma pessoa e não fazer para outra. Mais, um risco faz sentido agora e passado um mês não. Porém, digo-lhe que tomar riscos é necessário nas nossas vidas.

 

 

 

Porém, vou sugerir-lhe que tome um determinado tipo de riscos tal como é defendido pelo Doutor Richard Wiseman no seu livro “The Luck Fator”- Que tipo de riscos são esses? De uma forma simples, são os riscos que reúnem as seguintes características. Ou seja, está a pensar nele há algum tempo, custa pouco tomá-lo e se correr mal, não acontece nada de especial.  

 

Porque aconselha o Doutor RichardWiseman a correr esses riscos? Uma das razões é deixar de pensar nisso quer corra bem ou mal. Suponha, por exemplo, que escreveu um livro. Acha que o livro tem poucas ou nenhumas hipóteses de ser publicado por uma editora. No entanto, está sempre a pensar em enviá-lo para editoras.

 

Custa relativamente pouco enviá-lo para editoras. Pelo menos, em comparação com escrevé-lo -  imprimir, colocar em envelopes e comprar selos. Mesmo que tenha razão (as editoras não o quererem), não aconteceu nada de especial. Na prática, ficou numa situação equivalente a não ter enviado o
livro com uma vantagem. Fez o que tinha pensado e agora pode focar a sua atenção noutra coisa.

 

Porém, existe outra razão para enviar o livro. Nós, humanos (segundos estudos), somos maus, em geral, a avaliar as hipóteses de alcançar uma determinada coisa. Mais, outros estudos indicam que a maioria de nós são pessimistas patológicos. Ou seja, tendemos a colocar, quase sempre, as nossas hipóteses de alcançar algo muito abaixo do que são na realidade. Normalmente, as hipóteses de alcançar algo são superiores ao que pensamos ser.

 

Claro que também existem otimistas patológicos. Ou seja, pessoas que colocam, por sistema, as suas hipóteses muito acima do que realmente são. São, por exemplo, as pessoas que vão ao casino sempre a pensar que vão ganhar. Porém, são as exceções que confirmam a regra: a maioria das pessoas tende a ver as suas chances menores do que realmente são – é provável que a leitora esteja neste grupo.

 

Assim, se quer fazer algo que custa pouco fazer e, se correr mal, não acontece nada de especial, o melhor é fazer. Não digo que consiga atingir necessariamente o que quer. Porém, digo-lhe, à partida, que as hipóteses de concretizar o que quer seja são normalmente superiores ao que pensa.

 

Se a coisa correr mal, aprenda o que tem a aprender. Porém, não fique a pensar muito no assunto. Tome outra iniciativa.

 

Ajude os outros, mas comece por si.