Com o Domingo de Ramos começa a Semana Santa, a mais importante celebração Católica, que recorda a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Cristo, o momento em que Jesus morreu por todos os homens e ressuscitou ao terceiro dia no mais profundo mistério da Fé.A Semana Santa, também chamada Semana da Paixão, é o período compreendido entre o Domingo de Ramos e o Domingo de Páscoa, que relembra a paixão com que Jesus Cristo se deixou crucificar para pagar pelos pecados do seu povo. A tradição Católica revive os episódios mais marcantes desta semana fulcral na vida de Jesus. O Domingo de RamosConta a Bíblia que no Domingo de Ramos, aquele que antecede a Páscoa, Jesus foi a Jerusalém celebrar a Páscoa judaica com os seus discípulos. Entrou em Jerusalém montado num jumento, símbolo da sua humildade, e foi recebido com ramos de palmeiras estendidos no chão à sua passagem, sendo aclamado pelo povo como o Messias, o rei de Israel pelo povo que, dias depois, o condenaria à morte. As celebrações religiosas do Domingo de Ramos são feitas, ainda hoje, com uma procissão no Domingo de Ramos, na qual os fiéis levam nas mãos ramos de oliveira (ou palmeira), como símbolo da sua devoção a Jesus. Segunda-feira Santa Uma das histórias associadas a este dia (embora não haja consenso quanto à data em que ela ocorreu) relata que, estando Jesus a jantar em casa de Lázaro, seu amigo, e de Marta e Maria, irmãs deste, Maria terá pegado num vaso de nardo, um perfume autêntico, muito caro, e ungiu com ele os pés de Jesus, tendo-os depois enxugado com os seus próprios cabelos. Judas Iscariotes, que também lá se encontrava, desdenhou deste gesto, alegando que o dinheiro desse perfume podia ter sido dado aos pobres. Jesus, então, disse que Maria se antecipara a ungir o seu corpo para a sepultura, e que em qualquer parte do Mundo onde seja proclamado o Evangelho, se recordará para sempre este gesto de Maria. Outra das histórias que surgem associadas a este dia conta que, ao ver uma figueira sem frutos, Jesus a terá amaldiçoando, dizendo que ninguém dela se iria alimentar. No dia seguinte, a figueira secara, mostrando-se assim o poder de Jesus sobre a Natureza e a força inquebrável da Fé, que tudo alcança. Do Evangelho de São Marcos: «No dia seguinte, saindo eles de Betânia, teve fome. Vendo ao longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se, porventura, acharia nela alguma coisa. Aproximando-se, nada achou senão folhas; porque ainda não era tempo de figos. Disse-lhe: Nunca jamais coma alguém fruto de ti; e seus discípulos ouviram isto.» (Marcos 11:12-14) «Ao passarem de manhã, viram que a figueira estava seca até a raiz. Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Olha, Mestre, secou-se a figueira, que amaldiçoaste! Tornou-lhes Jesus: Tende fé em Deus. Em verdade vos digo que quem disser a este monte: Levanta-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se faz o que ele diz, assim lhe será feito. Por isso vos afirmo: Tudo quanto suplicais e pedis, crede que o tendes recebido, e tê-lo-eis. Quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai-lha; para que também vosso Pai que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas.» (Marcos 11:20-25) Diz-se que na Terça-feira Santa Jesus anunciou a sua morte, assim como a traição e o traidor. Este é o dia em que são celebradas as Sete Dores de Nossa Senhora:
- A profecia de Simeão sobre Jesus (Lucas 2:34-35); - A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus 2:13-21); - O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lucas 2:41-51); - O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lucas 23:27-31); - Maria observando o sofrimento e morte de Jesus na Cruz (Stabat Mater) (João 19:25-27); - Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus 27:55-61); - Maria observa o corpo do filho a ser depositado no Santo Sepulcro (Lucas 23:55-56). Este é também o chamado dia da penitência, no qual os fiéis cumprem as suas promessas. Na Quarta-feira Santa celebra-se, em algumas igrejas, a piedos procissão do encontro de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores. Outras igrejas celebram neste dia o Ofício das Trevas, lembrando que o Mundo já estava em trevas, pois estava a chegar a hora da morte de Jesus. Neste dia é também lembrada a traição de Judas, que se terá dirigido aos chefes dos sacerdotes, oferecendo-se para trair Jesus, recebendo em troca trinta moedas de prata.
Quinta-feira Santa - A última CeiaCom a Quinta-feira Santa termina o período da Quaresma. Neste dia são abençoados os santos óleos que serão usados no Batismo, Crisma e Unção dos enfermos: - o Óleo dos Catecúmenos, que são os que se preparam para receber o Batismo, adultos ou crianças, antes do ritual da água. Este óleo significa a libertação do mal, a força de Deus que liberta e prepara para o nascimento pela água e pelo Espírito. É de cor vermelha. - o Óleo do Crisma – uma mistura de óleo e bálsamo, que representa a plenitude do Espírito Santo, usado no sacramento da Confirmação (Crisma),quando o cristão é confirmado na graça e no dom do Espírito Santo, para viver como adulto na fé. A cor que representa este óleo é o branco ouro. - o Óleo dos Enfermos – de cor roxa, é usado no sacramento dos enfermos, sendo conhecido como a “extrema unção”. Este óleo significa a força do Espírito de Deus para a provação da doença, para o fortalecimento da pessoa para enfrentar a dor e até a morte, se for a vontade de Deus. Este dia é muito importante na Semana Santa, pois está associado à Última Ceia de Cristo, aquela em que Jesus se reuniu pela última vez com os seus doze apóstolos, tendo-lhes humildemente lavado os pés. Durante a cerimónia do lava-pés, que ainda hoje é reproduzida nas igrejas na Quinta-feira Santa, Judas Iscariotes saíu para trair Jesus. A este dia está associado o Mandamento de Jesus: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei."Para deixar aos homens um sinal da sua presença Jesus instituiu a Eucaristia, com o ritual do pão e do vinho, descrito na Bíblia: "Tomando o pão e tendo dado graças, partiu-o e deu aos discípulos, dizendo: Este é o meu corpo que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Depois da ceia tomou do mesmo modo o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança em meu sangue, que é derramado por vós." (Lucas 22:19-20) Na noite desta Quinta-feira Jesus foi preso e interrogado. A igreja fica em vigília ao Santíssimo, são retirados os adornos dos altares em sinal de luto e respeito pelo sofrimento que Jesus passou nesta noite. Jesus já sabia o que ia acontecer. Sexta-Feira SantaA Sexta-feira Santa, ou Sexta-feira da Paixão, é aquela que recorda a crucificação de Nosso Senhor Jesus Cristo. Após ter sido preso, julgado e açoitado, colocaram-lhe na cabeça uma coroa de espinhos e foi levado a Pilatos. Tendo sido condenado, carregou a sua Cruz até ao monte Calvário. Ao meio-dia foi crucificado, entre dois ladrões. Às 3 horas da tarde, Jesus morreu. O seu corpo foi depois retirado da cruz e colocado num sepulcro cavado na rocha, que pertencia a José de Arimateia. Neste dia os fiéis praticam o jejum, não comem carne em sinal de penitência e respeito pela morte de Jesus Cristo. Não é celebrada Eucaristia neste dia. Sábado Santo
Este dia representa a espera dos fiéis que, junto ao sepulcro de Jesus, esperam pela sua Ressurreição. A principal celebração deste dia, também chamado Sábado de Aleluia, é a Vigília Pascal, que começa ao final do dia e só termina na manhã seguinte, que reproduz a esperança dos fiéis na Ressurreição, pois Jesus permanece no sepulcro. Neste dia também não é celebrada Eucaristia, e o único Sacramento permitido neste dia é o da Confissão. No início da Vigília Pascal o celebrante abençoa o fogo novo e acende o Círio Pascal, uma vela grande acesa que representa o esplendor de Cristo ressuscitado, a esperança na Ressurreição que dissipa as trevas do erro e do pecado. Uma vez aceso o Círio Pascal, são nele inscritos os algarismos do ano em que estamos, depois cravam-se cinco grãos de incenso que lembram as cinco chagas de Jesus, e as letras alfa e ómega, primeira e última letra do alfabeto grego, simbolizando o princípio e o fim de todas as coisas. |