Judaísmo “E o Todo Poderoso formou o homem do pó da terra e soprou nas suas narinas a alma da vida". Tora, livro sagrado do Judaísmo O judaísmo é uma religião que não crê num único indivíduo, mas sim num povo que foi escolhido por Deus para iluminar e guiar a humanidade - o Povo Hebraico. O livro sagrado é a Bíblia. Os textos correspondem aos do Antigo Testamento dos cristãos, com poucas adaptações e esses textos são chamados de Torá. O judaísmo acredita que após a morte, a alma sobrevive, podendo voltar à terra para completar a sua missão, ou seja, acreditam na reencarnação, mas não reforçam bem a ideia de existir uma vida após a morte. O que acreditam é que a morte não é o fim da vida, apenas do corpo material. Descrita como a religião das múltiplas interpretações, o judaísmo tem diversas ramificações: umas acreditam na reencarnação da alma em outros corpos, e outras acreditam na ressurreição dos mortos, ou seja, o regresso da alma ao mesmo corpo físico. A pessoa que estiver a morrer, deve colocar a sua vida em ordem, deixar a sua mensagem à família e a quem for importante para ele e fazer a sua última confissão. Esta confissão é encarada como o elemento mais importante para a passagem para o outro mundo. Apesar de acreditarem que a alma exista para a eternidade, os judeus expressam a sua dor pela perda daqueles que mais amam de várias formas. Nos rituais fúnebres, quando um judeu morre, há um ritual chamado de tahará, que significa purificação no qual o corpo do defunto é lavado pelo chevra kadisha, que é o seu grupo sagrado. Os judeus não permitem qualquer autópsia, nada poderá violar o corpo físico. Depois de lavado, o corpo é envolvido em várias camadas de panos brancos e o caixão é fechado para que não seja mais tocado. A cerimónia fúnebre deve acontecer o mais rápido possível e são acompanhadas por rezas. Os caixões estão sempre fechados, pois encaram que a exposição do corpo é um sinal de desrespeito. Não usam qualquer simbolismo, portanto objetos como flores e velas não existem. Os judeus acreditam que na morte tudo deve ser o mais simples possível, desde das vestimentas, daí unicamente os panos brancos, ao caixão que é de uma madeira simples, sem ornamentos. Esta religião assim como não permite as autópsias, é totalmente contra a cremação, ou seja a destruição do corpo físico, pois na reencarnação a alma tem que regressar ao corpo original e o mesmo deverá permanecer tal como foi enterrado. O luto dos familiares é feito por três etapas: a primeira tem a duração de uma semana e neste período os familiares não saem de casa por nenhuma razão e trabalham apenas o espiritual, deixando de fora os cuidados com o corpo e as suas necessidades físicas. Nos dias seguintes à primeira semana, e até completarem 30 dias depois da morte, os homens não fazem a barba, bem como os cabelos não podem ser cortados. O luto termina definitivamente um ano após a data da morte, mas o defunto será sempre recordado em todos os aniversários seguintes. Os judeus acreditam que fingir que nada aconteceu é reprimir os sentimentos. |