"Fazer figas" é um dos gestos de proteção mais usados em todo o mundo. Em italiano chama-se "Mano Fico": mano significa mão e fico significa figo – quando fazemos figas a mão faz um gesto que a faz assemelhar-se a um figo.
Foram os romanos e os etruscos quem começou por usar como amuleto uma mão a fazer figas, considerava-se que atraía a fertilidade e que protegia a saúde das mulheres e das crianças, isto porque a figueira é uma árvore associada à fertilidade e aos órgãos sexuais femininos.
Com a chegada do cristianismo, o corpo deixou de ser visto como uma coisa bela, passando a estar associado ao pecado. Assim, a figa também deixou de ser associada a algo positivo, passando a estar ligada às tentações do demónio.
Como se acreditava que o diabo era atraído para tudo o que era obsceno, a figa começou a ser usada como um amuleto de proteção: a pessoa que usasse uma figa estaria a salvo, pois o diabo olharia para a figa e não para ela.
Assim, os cristãos passaram a usar a figa como uma forma de se protegerem de todo o mal e por essa razão este amuleto tornou-se tão popular, afastando o mau olhado, a inveja e todas as energias negativas que sejam lançadas sobre a pessoa que traz a figa.
Outra versão conta que os romanos penduravam ao pescoço das crianças um amuleto que reproduzia os órgãos sexuais, para afastar os olhares mal-intencionados das pessoas que, ao ficarem chocadas, não olhavam para elas. Com o tempo, esse objeto foi-se suavizando, tornando-se na forma mais inocente que hoje tem. Ainda hoje se costuma oferecer uma figa para colocar no fio dos bebés, funcionando como um escudo protetor.
É também costume as pessoas "fazerem figas" quando desejam muito que uma coisa aconteça. Ao fazerem-no, estão a afastar as atenções do diabo e de pessoas que possam interferir nos seus planos.