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Consultório de Astrologia

Halloween - a noite das bruxas

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A noite de 31 de Outubro veste-se de preto e cor-de-laranja, enche-se de imagens de abóboras, teias de aranha, morcegos, máscaras e disfarces assustadores... Apesar de não ser um costume português, o Halloween tem vindo a marcar uma presença cada vez mais forte na nossa cultura. Conheça a história e o simbolismo por detrás desta celebração em que, à noite... todos os gatos são pretos!

Habituámo-nos a ver, nos filmes americanos, crianças mascaradas de bruxa, vampiro, múmia ou fantasma que batem de porta em porta na noite de 31 de Outubro, gritando a célebre frase "Trick or treat!" ("doçura ou travessura", em português). Pedem doces, sob promessa de não pregarem partidas aos moradores dessa casa. Este costume, que se popularizou graças à cultura Americana, tem maior expressão nos Estados Unidos da América, no Canadá, e nas ilhas britânicas, mas tem vindo a difundir-se pelo Mundo, e em Portugal temo-nos habituado, nos últimos anos, a ver as lojas decoradas com abóboras e morcegos e a haver cada vez mais eventos e festas que celebram esta noite especial. Em muitas escolas, esta festa carregada do tom preto, também não passa em branco. 

A palavra Halloween, cujo primeiro registo data de cerca de 1745, deriva da contração do termo "Hallo-Hellu", escocês, que designa a "véspera do Dia de Todos os Santos". Mas a sua origem remonta a um período muito mais recuado na História, misturando-se nela a cultura pagã e a tradição Católica. Halloween, em inglês, é a abreviatura de "All hallow's eve" – a noite de todos os santos.

A festa Celta

Os povos Celtas, que habitavam as Ilhas britânicas entre 600 a.C e 800 a.C, tinham uma importante comemoração assinalada no início de Novembro – o Samhain – que significa "fim do verão", e que era precedido por festejos onde se prestava homenagem aos mortos e à divindade que por eles velava. Esta festa era muito importante porque marcava o início do novo ano celta – e antes de dar as boas-vindas ao futuro importava honrar a memória do passado. Os festejos duravam cerca de uma semana, tendo como ponto alto a "festa dos mortos", na qual os sacerdotes druidas agiam como médiuns entre as pessoas e os seus antepassados, acreditando-se que os espíritos dos mortos visitavam os seus entes queridos e as suas antigas casas nessa noite. Era costume, então, enfeitar as casas para receber condignamente estes visitantes tão importantes.

 

A Cristianização

Quando, no século 46 a.C., as ilhas britânicas foram invadidas pelos Romanos, as celebrações pagãs foram "abafadas" pelas festividades religiosas católicas que, no processo de evangelização, fizeram coincidir as datas destas últimas com as das primeiras, para que a elas se sobrepusessem.

Assim, a festa Católica em honra de Todos os Santos, que era inicialmente celebrada a 13 de Maio, foi transferida para o dia 1 de Novembro. No ano 840, o papa Gregório IV ordenou que esta festa fosse celebrada universalmente, passando a ser feita uma vigília pelas almas que já partiram na noite da véspera. Daí surgiu a expressão "All Hallows's Eve"- a noite de todos os santos.

Celebrações pelo Mundo

É devido a esta carga histórica relacionada com a Igreja que na Europa o Dia das Bruxas não tem a mesma expressão do que nos Estados Unidos, que receberam a comemoração em 1840, através de imigrantes irlandeses que chegaram ao país na esperança de uma vida melhor. Os romanos ainda adoptaram algumas destas práticas celtas, mas abandonaram-nas no primeiro século depois de Jesus Cristo. 

Em Espanha, tal como em Portugal, o dia de comemoração desta festa é a 1 de Novembro, altura em que as famílias vão aos cemitérios relembrar quem já partiu, limpar as campas e os túmulos dos seus mortos.

Na Irlanda, país de origem desta celebração, nas zonas rurais acendem-se ainda fogueiras, como os seus antepassados faziam, e as crianças batem à porta dos vizinhos, com vestes assustadoras, enquanto dizem: “doce ou travessura!” Procura-se, desta forma, afugentar os maus espíritos, para que não tomem conta da alma dos vivos. 

No México, o Dia dos Mortos é uma importante celebração, com "festividades" que se estendem por vários dias, em que se fazem festas com música e refeições faustosas, porque se acredita que os mortos vêm de novo à Terra para conviverem com os seus entes queridos. Esta festa tem raízes nas tradições aztecas.

 

Lendas e mistérios 

Esta festa está tradicionalmente relacionada com a morte, e originalmente o Halloween não tinha nenhuma relação com bruxas, abóboras ou gatos pretos, como hoje em dia é tão divulgado. O tão conhecido: “Doce ou Travessura!” é oriundo de uma tradição europeia do século IX, em que os cristãos, no dia 2 de Novembro, iam de terra em terra pedir “soul cakes”, ou seja, bolos pelas almas que já teriam partido. Por cada bolo recebido, as pessoas deviam rezar uma oração por um dos seus familiares já falecidos.

As bruxas surgiram nestas comemorações, porque antigamente acreditava-se que se reuniam duas vezes por ano, nas mudanças das estações do ano, a 30 de Abril e a 31 de Outubro. 

Já a famosa abóbora, tão usada nas decorações de Halloween, nasceu do folclore irlandês. Reza a história que um irlandês chamado Jack foi intercetado pelo Diabo no dia 31 de Outubro, devido ao seu comportamento, e que este o queria levar para o Inferno. No entanto, esperto, este homem conseguiu ludibriar o Diabo por duas vezes. Quando morreu, precisamente um ano depois, Jack quis entrar no Céu, mas não conseguiu, e teve então que tentar a sua sorte no Inferno, mas o Diabo também não permitiu a sua entrada. Jack vagueou então como uma alma penada durante alguns dias, até que o Diabo, com pena do homem, lhe ofereceu uma brasa do Inferno para que ele pudesse encontrar o seu caminho. Jack colocou, então, esta brasa dentro de um nabo para que perdurasse acesa por mais tempo. Os americanos trocaram o nabo pela abóbora, usando-a nas suas decorações com uma vela lá dentro, de forma a iluminar o caminho de todas as almas penadas que vagueassem pela Terra na noite de 31 de Outubro.

 

Símbolos místicos do Halloween 

Abóbora – Significa sabedoria e fertilidade.

Aranha – A teia de aranha simboliza os vários caminhos de cada destino.

Caldeirão – Nele depositam-se moedas e mensagens para efectuar pedidos especiais aos espíritos.

Morcego – Simboliza a clareza de pensamento, pois consegue ver no escuro e assim capta todas as energias.

Vassoura – ao contrário dos que muitos pensam, a vassoura não é apenas o transporte das bruxas, mas simboliza sim o poder feminino que pode ajudar a limpar a energia negativa que nos rodeia.

Vela – Simboliza a luz que deve iluminar os espíritos que procuram o seu caminho.